domingo, 29 de maio de 2022

Uma Breve história do cinema clássico

Marion Crane (Janet Leigh) em Psicose (1960).

O que faz um filme ser considerado um clássico? Apesar de ser comum a utilização do termo “clássico” apenas como um sinônimo para o adjetivo “antigo”, o clássico verdadeiro é aquele que, apesar de antigo, de maneira alguma é ultrapassado. São obras de arte que carregam consigo uma atualidade perpétua muito provavelmente falam da essência humana e trouxeram para a história do cinema algum tipo de inovação revolucionária para sua forma de criação.

Um filme clássico é, portanto, um filme que ainda não envelheceu. Sua atualidade pode ser sustentada por inúmeros fatores como, por exemplo: qualidade artísticas das tomadas, proposta cinematográfica inovadora, modo icônico ou inovador de contar uma estória, roteiro envolvente, estilo marcado do diretor, atuações memoráveis, cenários exuberantes, fotografia, técnicas de filmagem, e muitos outros ingredientes cinematográficos que, combinados ou isolados, podem tornar o filme um clássico – inclusive de maneira instantânea.

Filmes como “Tempos modernos” (1936) de Charles Chaplin e “Metrópolis” (1927) de Fritz Lang, são dois exemplos de filmes que, no seu lançamento, foram considerados muito à frente de seu tempo e que, instantaneamente, tornaram-se clássicos, por mexerem em temáticas extremamente atuais, considerando suas abordagens críticas a questões sociais de modo inteligente e artístico.

Na esquerda, uma cena de Tempos Modernos; na direita, uma cena de Metrópolis.

Mas vamos começar do começo, listando alguns clássicos cinematográficos por conta de sua importância na história do cinema – e na história da arte.

O cinema nasceu em 1895 e sua certidão de nascimento se divide em dois marcos: o filme “A chegada de um trem à estação” (1895), de Louis Lumière e “A viagem à lua” (1902), de Georges Méliès. Estes dois filmes são o marco do início do cinema, sendo realizados graças ao instrumento de projeção interna chamado “Cinetoscópio”, um protótipo do filme de câmera, inventado em 1891 por William K. L. Dickson, engenheiro-chefe do Laboratório de Thomas Edison.

Duas cenas famosas do filme “A viagem à lua” (1902).

As décadas de 1900 a 1920 foram marcantes por filmes de curta duração com filmagem de cenas específicas, sem foco na narrativa, mas sim nas imagens produzidas, os quais eram exibidos nos “Nickelodeon” (nickel [cinco centavos de dólar] + odeon [teatro em grego]). D. W. Griffith é extremamente conhecido por tornar o meio muito lucrativo, tendo mais de 450 filmes em seu currículo, sendo seu primeiro “As aventuras de Dollie” (1908).

O filme de Edwin S. Porter, chamado “O grande roubo do trem” (1903), é um clássico por trazer a primeira grande inovação cinematográfica desde o nascimento do cinema: a união entre a imagem cinematográfica e a narrativa, fazendo com que o cinema se transformasse numa possibilidade artística de contar histórias.

Poster publicitário do filme "O grande roubo do trem" (1903)

Pode parecer óbvio atualmente, depois de alcançarmos mais de 120 anos de história com o cinema, mas com apenas 5 ou 10 anos de existência, tudo o que hoje conhecemos por cinema era apenas sonho em potencial e a exploração artística narrativa dentro dos filmes fez com que a indústria pudesse avançar por meio da conquista de público.

Com o cinema como um instrumento de contação de histórias surgindo, a profissão “ator” e “atriz” fora do teatro foram também se consolidando. Com o público cada vez mais fiel e os estúdios em ascensão, nasce, no início dos anos 1900, o conceito de estrelato, sendo Teda Bara – a atriz eternizada por seu papel de Cleópatra em 1917 – a estrela principal das primeiras campanhas publicitárias cinematográficas da história, lançadas pela Biograph Studios.

Poster de Teda Bara em Cleópatra (1917)

Neste panorama, a era de ouro do cinema mudo ocorreu durante as décadas de 1920 e 1930, com o lançamento de filmes extremamente importantes para a história, considerando que foram com eles que se deu o início da criação de estilos de filmagem e narrativa das histórias que estes filmes se propunham a contar.

As inovações de filmagem das cenas e as possibilidades de maior aproveitamento dos cenários e expressões dos atores fizeram com que alguns filmes da década de 1920 se tornassem verdadeiros clássicos, como: “O encouraçado Potenkin” (1925), de Serguei Eisenstein, fruto do cinema russo que estava em constante ascensão experimental na década de 1920; “O garoto” (1921) de Charles Chaplin, o diretor de cinema mais famoso do mundo; “A paixão de Joana d’Arc” (1928) de Carl Theodor Dreyer, obra que merece admiração por sua força nas expressões dos atores e sua utilização simbólica no cinema; “Nosferatu” (1922) de F. W. Murnau e “O gabinete do Dr. Caligari” (1920) de Robert Wiene, sendo estes dois, junto como já citado “Metrópolis” (1927) de Fritz Lang, peças importantíssimas do “Expressionismo Alemão”, um dos primeiros e mais importantes movimentos cinematográficos da história.

Ainda durante a década de 1920, além dos filmes de comédia, os faroestes foram o carro-chefe do cinema, lançando clássicos como “O cavalo de ferro” (1924), de John Ford. O faroeste, também conhecido como Velho Oeste ou Western, foi um importantíssimo movimento cinematográfico que acabou sendo marcado mais por seu ressurgimento durante as décadas de 1960 a 1970, com o “Western Spaghetti”, do que propriamente com o seu nascimento durante a década de 1920.  A Trilogia dos dólares, composta pelos filmes “Por um punhado de dólares” (1964); “Três homens em conflito” (1965) e “Por uns dólares a mais” (1966), todos dirigidos por Sergio Leone e estrelados por Clint Eastwood, foi o marco decisivo do Western Spaghetti, eternizando a importância do faroeste no cinema mundial.

No ano de 1928, nascem Mickey e Minnie Mouse, com o lançamento do curta-metragem animado chamado “O vapor Willie”, pela Walt Disney Studios, marcando também o lançamento dos desenhos animados sonoros no cinema, superando o sucesso do Gato Félix, de Pat Sullivan, que reinou durante a década de 1920 no desenho animado mudo.


Com tanto movimento acontecendo no cinema, as novidades tecnológicas não paravam de ser testadas. Até 1929, grande parte das salas de cinema da época foram equipadas com tecnologia de som, declarando a permanência da chagada do cinema sonoro que já havia sido testada desde 1927 com alguns poucos filmes, dentre eles “O cantor de jazz”, dos Studios Warner Bros, considerando ainda o primeiro musical da história.

Assim, na década de 1930, ocorre então a segunda grande inovação cinematográfica: os filmes passam a ter som, transformando o cinema como um todo, principalmente em sua forma narrativa. O já citado “Tempos modernos” (1936) de Charles Chaplin, por exemplo, é um filme interessante não somente por sua temática – que inclui o proletariado no protagonismo de sua estória e dedica boa parte do filme para mostrar, de maneira humorada, as consequências do “desencaixe” do indivíduo em tempos modernos –, como também por se apropriar da própria crítica que propõe, produzindo um filme híbrido, por assim dizer, contendo inúmeras cenas realizadas no estilo do filme mudo (com falas escritas em takes próprios) vindas do empregado e outras em que as falas vindas dos patrões e figuras de autoridade são ouvidos pelo público. 

Imagem da cena do filme "Tempos Modernos", em que o empregado
é vigiado pelo patrão.

Ousar lançar um filme que brinca com as duas formas de cinema em sua narrativa durante um período de transição do cinema mudo para o cinema o cinema sonoro, tornou “Tempos modernos” um filme memorável e importantíssimo para a história do cinema. Sem dúvida alguma, portanto, um grande clássico.

Os filmes das décadas de 1930 e 1940, por consequência de seu tempo histórico, têm como marco a tensão concentrada no drama narrativo da história, com o suporte em longos e envolventes diálogos entre os personagens; narradores em terceira pessoa para ambientação das estórias; e atuações carregadas de dramaticidade teatral, consolidando o gênero cinematográfico melodramático, com importantes filmes do diretor Frank Capra como: “Aconteceu naquela noite” (1934), “Do mundo nada se leva” (1938), “A mulher faz o homem” (1939) e “A felicidade não se compra” (1946), os quais têm “o sonho americano” como tema central de seus enredos.

Frank Capra

Em 1935 ocorre então a terceira grande inovação cinematográfica: a chegada do Technicolor, um processo de coloração dos filmes, lançado com o filme clássico “Vaidade e beleza”, de Rouben Mamoulian, uma adaptação do famoso romance Vanity Fair, de W. M. Thackeray. Contudo, o grande marco do filme em cores aconteceu no ano de 1939, como o lançamento dos filmes “O mágico de Oz” e “...E o vento levou”, duas superproduções caríssimas dos Studios MGM Metro-Goldwyn-Mayer.

É interessantíssimo ver que “O mágico de Oz” (1939), de Victor Fleming, também brincou em sua própria narrativa com a transição que o cinema estava passando. O filme começa em preto e branco, mostrando a vida de Dorothy (interpretada por Judy Garland), no ambiente rural do Kansas que, depois de sua casa ser atingida por um tornado, acaba sendo transportada para um mundo mágico. Assim que Dorothy sai de dentro da casa, deparasse com um lugar extremamente colorido e cheio de vida. Portanto, tanto o público do filme como a personagem Dorothy, são brindados com as cores – uma grande revolução cinematográfica.

Dorothy, o espantalho, o leão e o homem de lata em busca do Mágico de Oz
(imagem da adaptação de 1939)

Cor e som, assim tão unidos, fizeram nascer no cinema – com toda a força – o gênero musical. Os musicais chegaram para brilhar entre as décadas de 1930 a 1960, sua era de ouro. São filmes marcados por figurinos extravagantes, mistura do real com o fantástico e enredos desenvolvidos por meio de suas canções, as quais, inclusive, acabam por se tornar imortais, chegando a ultrapassar o próprio filme, como é o caso de “Somewhere Over The Rainbow”, interpretada por  Judy Garland em “O mágico de Oz” (1939).

O filme musical é um gênero tão sólido, que consagrou inúmeros artistas, principalmente Marilyn Monroe, com “Os Homens Preferem as Loiras” (1953); Fred Astaire, com “A roda da fortuna” (1953); além de Gene Kelly e Frank Sinatra, no musical “Um dia em Nova Iorque” (1949). Com o passar dos anos, os filmes musicais foram se transformando, abarcando enredos corriqueiros, como o ambiente escolar em “Grease – Nos tempos da brilhantina” (1978), de Randal Kleiser; ou adaptações de romances clássicos, como “Os Miseráveis” (2012), de Tom Hooper, e “Sweeney Todd – O barbeiro demoníaco da Rua Fleet” (2007), de Tim Burton.

"Cantando na chuva" (1952), talvez o musical mais famoso da história.

Mesmo com a chegada do cinema em cores durante os anos 1930, por conta do encarecimento da produção com o Technicolor e armazenamento especial que estes arquivos de imagem necessitavam, o cinema colorido apenas foi totalmente incorporado durante a década de 1960, momento em que os filmes em cores chegaram a atingir maior quantidade de lançamentos em relação aos filmes em preto e branco.

Contudo, tal situação não impediu que filmes consagrados como “Psicose” (1960), de Alfred Hitchcock, “Dr. Fantástico” (1964), de Stanley Kubrick, “O sétimo selo” (1967), de Ingmar Bergman, “Eraserhead”, de David Lynch e “Touro Indomável” (1980), de Martin Scorsese, se tornassem clássicos importantíssimos, todos filmados em preto e branco mesmo após a consagração do filme em cores no cinema.

Falando em filme preto e branco importante, as décadas de 1940 a 1960 estão marcadas na história do cinema por um longa-metragem chamado “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Apesar do filme de ter sido lançado em 1941, foi tão diferente de tudo o que se tinha feito até então e estava tão à frente de seu tempo, que sofreu séria rejeição das grandes produtoras de cinema e, consequentemente, do público, entre seu lançamento e durante toda a década de 1950. O filme somente foi revisitado e recebeu seu devido reconhecimento na história cinematográfica a partir da década de 1960, quando o cinema começou a se abrir para novos horizontes e sofreu inúmeras mudanças a partir do movimento hippie.

Cena icônica de Cidadão Kane, onde é possível perceber a apresentação da
cena em ângulo inovador para a época.

Este filme é um clássico por excelência, considerando as inúmeras inovações que trouxe para o cinema, acabando por se tornar uma das obras mais importantes de todos os tempos. Os filmes de Frank Capra citados acima são o contraste perfeito para que se possa entender a importância de “Cidadão Kane” para o cinema. Frank Capra, apesar de extremamente famoso e com uma filmografia de grande quantidade, não possui na filmagem de seus longas um traço autoral cinematográfico bem definido que possamos chamar de estilo. Isso se deve pelo fato de que, na época, principalmente entre as décadas de 1930 a 1950, os diretores não eram vistos como os “donos” da obra; esta alcunha era exclusiva dos produtores dos filmes (aqueles que investem dinheiro na obra), os quais, inclusive, tinham carta branca para trocar o diretor sem dar motivos, como ocorreu no filme “...E o vento levou” (1939), que chegou a ter três diretores ao longo de sua realização: Victor Fleming, George Cukor e Sam Wood.

“Cidadão Kane” possui vários traços autorais de Orson Welles reunidos num só filme, tais como: narrativa de uma história não-linear; cenas com profundidade de campo (ações em primeiro e segundo plano ocorrendo na mesma cena); ângulos de câmera inusitados (como de baixo para cima, mostrando superioridade do personagem); jogo de luz trazendo emoção para as imagens das cenas; e movimentos de câmera fora do padrão centralizado-da-direta-para-a-esquerda.

Todas essas características marcantes, acabam por trazer uma questão com a quarta grande inovação do cinema: o diretor de cinema como artista do filme.

Por ordem de aparição, da esquerda para direita: Steven Spielberg, Martin Scorsese,
Brian DePalma, George Lucas e 
Francis Ford Coppola

 

A geração “sexo, drogas e rock’n’roll”, vinda a partir do mobimento hippie, foi essencial para o surgimento do movimento do cinema norte-americano batizado de Nova Hollywood na década de 1970 (o “movie brats”). Este movimento foi altamente influenciado pela Novelle Vegue do cinema francês da década de 1960 que significa “nova onda”, ambos marcados pelo chamado Cinema de Autor que, de certa forma, foi a mensagem deixada por Orson Welles em seu filme “Cidadão Kane”: o longa-metragem é uma obra de arte do diretor e, como tal, trará consigo as características marcantes da pessoa do diretor em sua composição.

O movimento da Novelle Vegue foi importantíssimo para o cinema mundial como um todo, marcado pelos filmes “Acossado” e “O Desprezo” (1963), ambos de Jean-Luc Godard (este último estrelado por Brigitte Bardot). Influenciou não somente a Nova Hollywood nos EUA, com a produção de filmes como “Carrie, a Estranha” (1976) de Brian de Palma; “Tubarão” (1975), de Steven Spielberg; “Taxi Driver” (1976) de Martin Scorsese; e a trilogia “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, como também foi decisivo para o Cinema Novo no Brasil, marcado por filmes do diretor Glauber Rocha, principalmente “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964).

O Cinema Novo trouxe consigo a possibilidade de explorar o cinema de uma forma mais simbólica e artística, contrapondo-se diretamente ao Pornochanchada, muito famoso nos anos 1970 no Brasil, que produziu uma nova tendência no campo cinematográfico popular com o questionamento dos costumes tradicionais e a exploração do erotismo.

Imagem de capa do filme "Dona Flor e seus dois maridos" (1966), marcando
os dois mundos do cinema nacional: o Pornochanchada e o Cinema Novo. 

Interessante notar na atualidade a grande quantidade de diretores de cinema lembrados e aclamados por seu estilo artístico cinematográfico e não apenas por um ou outro de seus filmes, como é o caso de Quentin Tarantino (mistura de humor e violência), Guillermo del Toro (fantasia e personagens sombrios), Tim Burton (aspectos góticos marcantes), David Lynch (surrealismo e influência dos sonhos), Wes Anderson (patela de cores e simetria); Fernando Meirelles (temática social); Federico Fellini (linguagem onírica, memórias e desejos); Akira Kurosawa (utilização da natureza como metáfora); Takeshi Kitano (equilíbrio perfeitos entre delicadeza e violência); Ingmar Bergman (busca profunda nas sutilezas da vida); Alfred Hitchcock (manutenção da tensão durante todo o filme); Stanley Kubrick (exploração ao máximo da capacidade dos atores); Robert Bresson (obsessão radical); François Truffaut (exposição da juventude francesa de sua época); Agnès Varda (questões do feminino); Spike Lee (questões racistas e preconceituosas); Andrei Tarkovski (introspecção e pouca ação); Pedro Almodóvar (discussões sobre sexualidade e utilização de cores vivas); Kathryn Bigelow (cenários de guerra e a vida dos militares); Kléber Mendonça Filho (questões políticas); Paolo Pasolini (obras complexas e repletas de simbolismos) e Woody Allen (personagens motivados por sua própria autossabotagem).

Federico Fellini trabalhando

Portanto, se você é fã de cinema por conta de todos os filmes de entretenimento lançados a partir da década de 1980 até os dias de hoje (muito ancorado pela Televisão, que abarcou boa parte de sua programação para exibir filmes de alta distribuição), saiba que devemos tudo isso aos grandes clássicos do cinema, que com suas inovações particulares, fortaleceram o mercado cinematográfico até chegarmos ao ponto atual em que inúmeros diretores e diretoras podem carimbar sua marca pessoal nos filmes que dirigem, sem que isso afete negativamente a indústria cinematográfica.

Enfim, é impossível fazer uma lista curta dos clássicos num texto com este que se propõe a realizar um pequeno e rápido histórico do cinema. A quantidade de livros que elegem os inúmeros filmes que você precisa ver antes de morrer está repletíssima de clássicos, pois são justamente estes, os filmes que merecem ser lembrados e reassistidos pelas gerações seguintes, considerando sua genialidade e temas atuais abordados.


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Até a próxima!

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