domingo, 12 de fevereiro de 2017

Tame Impala: Videoclipes para ver e alucinar

Se existir algum leitor desta página que também é fã do blog Dissidência Pop (de Gato de Ulthar), vai se lembrar desta postagem que realizei lá como convidada, quando o Rotina Reversa sequer existia. Vida de elfa não é nada fácil, mas depois de adentrar na floresta mística em busca de novas ervas e inúmeras outras riquezas da natureza para meus trabalhos com magia, estou de volta para fazer mais postagens no Rotina Reversa. Desde já me desculpo pela falta que, espero, eu possa ter feito em suas vidas, caro e amados leitores!

Pode parecer falta de criatividade ou preguiça republicar uma postagem, mas eu gostei tanto que escrever esta sobre minha banda favorita, o TAME IMPALA, que gostaria muito de tê-la também no meu blog, o Rotina Reversa, e não somente no Dissidência Pop, apesar de lá ser um belíssimo local para se ter uma postagem! ^^

Então, busquem seus fones de ouvido, preparem-se para navegar pelo YouTube e vamos lá, rumo ao mundo psicodélico de Tame Impala!

Deste modo, vamos ao que interessa: o texto nada conclusivo, porém super indicativo sobre a banda de rock psicodélico do momento, conhecida como “Tame Impala”, criada por Kevin Parker, multi-instrumentalista com um talento incrível.

Recentemente, Tame Impala tocou no Festival Lollapalooza Brasil 2016, um dos motivos que a fez ficar mais conhecida no Brasil. Não é muito relevante o que vou dizer agora, mas saibam que o sorriso é grande em meu rosto por digitar isso: EU FUI NESTE SHOW, E FOI SIMPLESMENTE INCRÍVEL!

Para você que talvez não conheça essa espetacular, incrível e maravilhosa banda, Tame Impala é uma banda de um homem só. Sim, você leu certo, e logo logo eu explico o porquê deste paradoxo.

Tame Impala nasceu em 2007 na Australiana, tendo como fundador o multi-instrumentista e gênio (na minha humilde opinião) Kevin Parker, mas somente nos anos próximos a 2012-2013 começou realmente a fazer turnês mundiais mais significativas. Além disso, por mais que sua música seja considerada um pouco mais comercial do que nunca foi antigamente, não se pode atrelar esta alegada “comercialidade” necessariamente à música “comercial”, mas sim à falta de uma banda de rock psicodélica decente no mercado da música.

Sim, “o mercado da música”, assim como o “mercado/indústria dos animes e mangás”, é somente mais um bracinho da indústria do entretenimento, e, como tal, pode ou não se tornar comercial, mas isto não necessariamente faz decair sua qualidade.

Mas porque eu estou dizendo todas essas coisas? Simples: existem muitos sites/blog/páginas no facebook/comentários desnecessários, etc sobre o Novo (nem tanto) álbum do Tame Impala, chamado Currents, criticando o novo trabalho da banda (100% criado por Kevin Parker), acusando esta obra prima de ser “comercial”.
 
 
Quem não conhece Tame Impala vai ficar um pouco perdido com essa minha afirmação de “mudança”. Deste modo, considerando que não sou a favor do bullying, vou explicar melhor a transição musical da banda.

Desde o primeiro EP, Tame Impala toca músicas de predominância instrumental estendida, ou seja, boa parte as músicas têm entre 5 e 7 minutos, com pelo menos de 3 a 4 minutos somente de instrumental, sem vocal para atrapalhar a vibe psicodélica que a tecnologia das distorções de guitarra e teclado podem proporcionar. Essa é a característica principal da banda, e se ela pode ser considerada psicodélica, é, por grandes razões, em consideração a isso.

Currents, o último álbum da banda até o momento, lançado em 2015, também possui efeitos psicodélicos, mas com viés diferente das músicas até então compostas por Kevin Parker. Os mais de 4 minutos corridos de instrumental somente pode ser conferido em uma das 13 músicas do novo álbum, enquanto que nos álbum anteriores praticamente todas as faixas musicais possuíam instrumental alucinante estendido, por assim dizer. Acredito que esta tenha sido a principal mudança “sentida” pelos fãs (e criticada por muitos deles).

Porém, a meu ver, ocorreu significante mudança realmente no “humor” das músicas. Ao ouvir faixas como Elephant, Endors Toi, It Is Not Meant To Be ou Alter Ego, todas dos primeiros dois álbuns, o ouvinte se sente alegre, desvairado e agitado.

Contudo, colocando o terceiro álbum da banda para tocar, uma nuvem nostálgica de um tempo que não volta mais paira no ar. As músicas, com efeitos mais sutis e com significado mais expressivo, trazem consigo uma esfera intimista quase triste que as demais composições da banda não conheciam. Prova disso são as faixas Past Life e Yes, I’m Changing, cujas letras são totalmente reflexivas quanto ao passado e otimistas quanto ao futuro próximo. Isto, para mim, é o mais incrível e genial do novo álbum, por isso me custa tanto entender o sentido real das críticas, visto que este último trabalho transborda sentimento e surrealismo. 

No centro, temos Kevin Parker, e seus demais companheiros, que possibilitam a existência ao vivo da banda (visto que seria humanamente impossível para Kevin trocar todos os instrumentos ao mesmo tempo, sendo eles: Jay Watson e Julien Barbagallo no lado esquerdo; e Cam Avery e Dominic Simper no lado direito. Só para constar, Jay Watson tem um projeto solo chamado GUM que é o máximo, vale a pena ouvir!

Li uma vez num blog Australiano uma matéria sobre o Tame Impala chamada “Yes, I’m changing”, fazendo uma alusão dupla à música de mesmo título do álbum Currents, bem como à mudança que a música da banda vem passando com o lançamento desse novo álbum. O texto é genial e defende as modificações que as bandas passam ao longo da carreira, pois mudanças fazem parte do ser humano e do seu trabalho. Kevin Parker deixou isso bem claro na música ao afirmar: “they say people never change, but that's bullshit, they do”.

Mas se tem algo que não mudou nesses quase 10 anos da banda, foram seus videoclipes muito psicodélicos e nonsense para pessoas que não usam drogas o suficiente para entender.

Tame Impala possui várias músicas, lançadas em três álbuns (Innerspeaker [2010]; Lonerism [2012]; e Currents [2015]) e alguns extended plays [EPs] como Tame Impala EP [2008] e Extraspeaker [2011]. Delas, somente algumas ganharam videoclipes oficiais, que são: Feels Like We Only Go Backwards; Elephant; Mind Mischief; Half Full Glass Of Wine; Solitude Is Bliss; Lucidity; Expectation; e atualmente ‘Cause I'm A Man; Let It Happen e The Less I Know The Better, além de um vídeo live da música Why Won't You Make Up Your Mind?, com mais de 2 milhões de acessos no YouTube, que daria um ótimo clipe oficial.

Os videoclipes das músicas Feels Like We Only Go Backwards, Half Full Glass Of Wine e Elephant são bem parecidos, primeiro porque, como todos os outros, são bem psicodélicos, para combinar com o estilo da música; e segundo porque ambos possuem uma terrível (para uns) e maravilhosa (para outros) insistência de evidência da profundidade, exagero em cores e utilização maximalista [ou minimalista – depende da sua concepção filosófica] dos objetos. Não entendeu nada do que eu disse? Então veja o clipe e leia de novo para ver se entende melhor. Caso não melhore, de duas uma, ou eu não sei descrever esses vídeos ou os vídeos simplesmente não possuem descrição.
 
Lucidity, Expectation e ‘Cause I'm A Man, por sua vez, também são parecidos entre si, mas não pelos mesmos motivos dos videoclipes acima elencados. Estes não passam de um tique nervoso daquele que maneja a câmera. Psicodélicos? Sim, até certo ponto, principalmente Expectation, já que ‘Cause I'm A Man utiliza mais a graça e a criatividade do que o efeito psicodélico em si. Digamos que as músicas dos clipes os ajudam muito.

Os clipes de “super” produção (em comparação aos demais), são das músicas Let It Happen; The Less I Know The Better; Mind Mischief; e Solitude Is Bliss. Começarei por Let It Happen e Solitude Is Bliss por serem, no mínimo, menos polêmicos.


Let It Happen nos conta a breve história de colapso nervoso de um homem que, aparentemente, está embarcando num voo a trabalho (sim, tirei essa conclusão pelo terno e gravata). Tal colapso também está presente no videoclipe da música Solitude Is Bliss. Tais demonstrações de exagero, histeria, loucura, explosão de raiva, ou seja lá como você quer denominar, são muito presentes nas letras das músicas da banda, as quais levam o ouvinte a uma reflexão sobre a vida, ou melhor, somente como a vida pode ser vazia se você não tomar cuidado.

Claro, não são todas as vidas que são vazias, assim como não são todas as músicas do Tame Impala com esse viés, mas é interessante notar as mensagens que Kevin Parker quer compartilhar com o público por meio de sua música. Digo “Kevin Parker” ao invés de “Tame Impala”, pois é ele o compositor e produtor de todas as músicas da banda, e de outras como Melody’s Echo Chamber, Pond, The Dee Dee Dums e Mink Mussel Creek, além de outros projetos de menor participação direta como Space Lime Peacock, Canyons e Koi Child. Porém, é inegável que a banda é SOMENTE de Kevin Parker, o qual, inclusive, ao receber uma pergunta de um entrevistador qualquer sobre qualquer um dos "membros" da banda, Kevin apenas responde: "We are not a band".
 
Mas, voltando aos videoclipes, para finalizar os oficiais com chave de ouro, deixei para o final os comentários sobre Mind Mischief e The Less I Know The Better. Sem dúvida alguma o meu clipe favorito é Mind Mischief, pelo menos por enquanto, considerando que meu cérebro ainda possui dificuldades de processar o que eu vi em The Less I Know The Better (apesar das “mensagens subliminares” deste último serem incríveis).

Mind Mischief conta a breve história de amor e sexo entre uma professora bunduda e seu aluno. Até ali parece um clipe normal, mas é claro que a vibe psicodélica da banda não poderia deixar por isso mesmo. Então, ao invés de perder tempo criando historinhas de amor vividas entre tapas e beijos como outros videoclipes costumam fazer, Tame Impala resolve deixar claro quais são os sentimentos da professora e seu aluno durante aquele momento sexual que os mesmos vivem um com o outro, mediante uma linda explosão de arte alucinante e cheia de significado para os olhos atentos. Digamos que aquele fusquinha vermelho viu coisa!


The Less I Know The Better, uau, esse é um clipe e tanto! Igualmente sexualizado, mas desta vez sob enfoque do amor juvenil entre dois adolescentes, tendo como tema central toda a intensidade, curiosidade e novidade do amor nesta fase da vida. Com um ar mais vintage, o clipe explora o fogo da adolescência, aquele presente no sexo e no dia-a-dia da vida adolescente e que parece somente existir neste momento da existência humana. Porém, preciso deixar um recado para quem for assistir este videoclipe: não se assuste com o gorila King Kong e tente entender o significado dele na história!

 
Por fim, preciso terminar este post com uma grande homenagem aos fan-made vídeos, pois existem inúmeros realizados por fãs, disponível na internet, que merecem ser aplaudidos. Oh meros mortais com muita criatividade psicodélica, muito mais que a própria banda! Destaco os vídeos abaixo, referente às músicas Nothing That Has Happened So Far Has Been Anything We Could Control (que, por sinal, é uma das minhas músicas favoritas), Keep on Lying, It's Not Meant To Be, The Moment e Eventually. Bom proveito!
 
 
 

 

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